🎺 Samba do Kremlin Doido 🎺
🎺 Samba do Kremlin Doido 🎺
(Com licença, Stanislawski, que agora é Pixinguinha quem manda no teatro revolucionário.)
Foi no frio da Mãe Rússia que o samba pegou fogo,
Trotsky subiu no palanque, Lênin deu o desafogo.
Com um panfleto na mão e o czar no pescoço,
Fizeram da foice um reco-reco e do martelo um chocalho grosso.
Lênin gritava: "É pra ontem, camarada!"
E Trotsky respondia: "Mas tem que ser em toda jornada!"
Enquanto isso, Stalin, com seu olhar de geladeira,
Tomava nota no cantinho, com ares de cabeleireira.
"Hoje a gente corta os mencheviques,
Amanhã a gente raspa os trotskistas,
Depois a gente dança tango com os burocratas tristes,
E finge que é valsa com os capitalistas!"
Só que a batucada foi ficando estranha,
Com censura no surdo e censura na sanha.
Trotsky foi exilado, coitado, com pandeiro e tudo,
E Stalin virou maestro com batuta de conteúdo… mudo.
Corta pro Caribe:
Fidel entrou no compasso com charuto na boca,
Fez do bloco de Cuba uma escola meio louca.
"Não tem feijoada, mas tem cana!" — dizia ele com fé,
Enquanto dançava com Che ao som de um jazz guaraná com café.
E o Nicolás Maduro? Ah, esse é da ala do improviso:
Inventou um cavaquinho bolivariano e tocou um improviso indeciso.
"É revolução com empanada, companheiro,
Mesmo que falte luz, manteiga e açucareiro."
E então... entra ele, o malandro do Harlem de topete dourado:
Donald Trump apareceu com cuíca blindada,
Gritando "Make Samba Great Again!" na calçada.
Disse que o problema era chinês, mexicano e socialista,
E botou a bateria inteira pra marchar igual à lista.
"Cadê o petróleo? Cadê o ouro? Cadê o muro?"
Enquanto dançava um fox-trot com o Putin no escuro.
No fim, ele caiu no compasso da fake news,
Cantando o hino do capital com o swing dos blues.
🎤 Moral da história, meu chapa:
A Revolução virou marcha, depois virou rancho, depois virou meme.
Lênin acendeu a fogueira, Trotsky tentou dançar balé,
Stalin botou ordem no samba — e mandou prender quem desafinasse.
Fidel fumou, Maduro tropeçou e Trump… fez do tamborim uma metralhadora de tweets.
Mas o samba resiste, companheiro.
Na laje, no Kremlin, na ilha ou no Twitter.
Porque se tem uma coisa que a História nos ensina,
É que a batida nunca para — só muda a disciplina.
Comentários