Virginia, Cleitinho e o Senado de Lona Rasgada
Virginia, Cleitinho e o Senado de Lona Rasgada Era uma vez uma república. Não a romana, com seus Cíceros e Catões duelando com palavras afiadas como gládios em defesa da razão pública. Mas a nossa — este palco tropical de horrores cotidianos, onde os nomes não são Marco Túlio, Lúcio Cornélio ou Caio Cássio. Não. Aqui os tribunos se chamam Cleitinho. Sim, Cleitinho. Um nome que já vem com eco de grupo de WhatsApp de churrasco, mais adequado a um campeonato de truco do que ao Senado da República. E é desse circo de lona puída, armada à sombra de Brasília, que sai a convocação solene: chamar Virginia Fonseca para depor numa CPI. Virginia. Com V maiúsculo de Vitrine. A deusa do marketing de sorteio, a sacerdotisa do reboco, a rainha dos stories com filtro e jatinho. Uma diva de 105 milhões de devotos que a seguem como se a travessia até Brasília fosse a Via Sacra rumo à Disneylândia. Mas não — era uma comissão parlamentar de inquérito. Ou, pelo menos, uma tentat...