⚠️ Color e a Justiça Tropical: O Teatro do Brasil Quebrado

⚠️ Color e a Justiça Tropical: O Teatro do Brasil Quebrado

Alô, Brasil quebrado. Aqui é a última página do jornal, aquele cantinho sórdido onde a verdade toma conhaque e a mentira manda currículo. Senta que lá vem boletim. E não é de ocorrência, é de decadência.

Color, o preso relâmpago e a tornozeleira de ouro. Três dias, três míseros dias. Foi o tempo que durou o teatrinho de justiça para todos no Brasil tropical. Fernando Color de Melo, aquele do confisco da poupança, do caçador de marajás, do topete engomado e passado sujo, fez seu pit stop relâmpago no chilindró.

Nem precisou desfazer a mala, nem a cueca amarrotou. E nós aqui assistindo de camarote sem pipoca, porque dignidade já nos tiraram, faz tempo. Ah, Brasil, país onde o sistema carcerário tem mais gente do que esperança, onde idoso pobre morre de AVC na triagem e grávida é algemada no parto.

Mas se o CPF vem com pedigri, a porta da cadeia é giratória e climatizada. A cela vira camarim e o juiz um maître atencioso. Foi só o tempo de respirar o mofo da cela e zas, Alexandre de Morais, o justiceiro seletivo, carimbou o salvo-conduto em pleno feriado do Dia do Trabalho.

Sim, esse mesmo. Feriado dos lascados, dos que rodam catraca, vendem almoço para pagar janta e só querem um pouco de justiça que não seja caricata. Mas justiça no Brasil é peça de teatro. E os protagonistas, ah, esses têm sobrenome composto e amigos no Supremo.

Agora, Color volta para Maceió com tornozeleira de luxo, vista privilegiada e um sorriso de quem sabe que o país é feito para ele. Porque cadeia aqui é para quem não pode comprar o silêncio. Para quem não tem advogado que toma whisky com o juiz no final de semana, para quem não tem a cara de pau institucionalizada.

E o povo? O povo ri para não chorar. 30 anos de piada pronta. 30 anos de “Olha só quem voltou”. 30 anos de um país que finge punir, mas nunca pune de verdade. 30 anos onde impunidade virou sinônimo de elite.

Color passou mais tempo no salão se preparando pra audiência do que trancado. Nem suou, nem sofreu, nem sentiu o bafo quente do concreto úmido das celas. E se bobear, ainda saiu achando que foi injustiçado.

No fim, a pergunta que não quer calar: será que vale a pena ser honesto nesse país? Chica responde com a acidez que o momento pede: vale sim, mas só se você gostar de adrenalina, porque honestidade por aqui é esporte radical.

E que fique registrado, nós não esquecemos. A memória é nossa trincheira, até porque no Brasil cadeia é só mais um símbolo de classe. E Color? Color virou lenda da vergonha nacional.

Se a realidade anda amarga, que pelo menos o deboche seja doce.


🎙️ Chica Marrenta

"Quem cala, consente. Quem compartilha, acorda."

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