O apito da autoridade- 1959


Não me lembro como ele se chamava, mas todos os meninos sabíamos seu nome.
Silvio.. vou escolher Silvio…. acho que Guarda Silvio vai bem.

Todos os dias o Guarda Silvio estava lá, cuidando dos alunos que precisavam atravessar a rua Tuiutí ao voltar para casa.
Sempre impecável em seu uniforme azul marinho, respeitável, ele exibia um altivo quepe decorado com o brazão da Guarda Civil.
Sua arma: um apito. com o qual fazia parar o trânsito (que trânsito ?!), para que a garotada pudesse atravessar.

Ah, quanto eu desejei atravessar aquela rua sob a proteção do Guarda Silvio.
Desses desejos que não se conta porque talvez só se perceba muito tempo depois.
Eu e vô Luigi, não precisávamos atravessar a rua. Seguíamos pela mesma calçada do Educandário Espírito Santo…. em direção à linha do trem da Central.

Na travessia dos trilhos não havia guarda. Apenas o sino, a luz e a cancela… e a mão do nonno.

aldo della monica



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2 Comentários

Leninha Lins disse…
Que bela crônica!
coisas da saudade do nonno, Leninha